quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Peixe, arroz e algas

Minha história com a culinária japonesa é interessante: depois de muito relutar e fugir das fatias de peixe cru, acabei viciando nesse tipo de comida. O mais irônico é que não era fã de peixe, até que dei a segunda mordida num sushi (enroladinho com alga e arroz). Segunda, porque da primeira vez achei que se tratava de uma comida com consistência estranha, algo bem diferente para o paladar brasileiro e para o meu próprio. Comecei com um sushi, parti para o sashimi (fatias de peixe cru) e depois me entreguei ao Uramaki Califórnia (arroz envolvendo um recheio de alga, manga, pepino e kani)... Conclusão? Me rendi aos encantos do pescado "in natura" e cheguei ao ponto de saborear essas iguarias quase sempre, após um dia estafante de trabalho (por isso meu colesterol bom deu um boom! :D ).

Uma coisa que agrada às mulheres, suponho, é o fato de ser uma comida saudável; é leve e constitui uma perfeita combinação entre proteínas e carboidratos, um dos possíveis motivos relacionados à longevidade do povo japonês. Nunca saí de um restaurante de comida japonesa com a consciência pesada devido às calorias ingeridas. É claro que elas existem... Até um alface tem! Mas não costumo comer frituras como o tempura (legumes ou camarões fritos com massinha) e controlo a quantidade de sushis com cream cheese que saboreio.

Na cidade onde morava, havia várias opções. Ótimos restaurantes e a um preço convidativo se compararmos com o que se cobra no Rio. Aqui, para se comer um delicioso peixe cru, você tem que desembolsar uma graninha (não sai por menos de 48 reais por pessoa...) e geralmente os melhores restaurantes oferecem rodízio ou funcionam no sistema all-can-you-eat (buffet). Passei algum tempo numa crise de abstinência semi-total, pois beliscava um sashimi aqui, outro ali, nos restaurantes de comida à quilo, até que descobrimos, por intermédio de uma amiga, um restaurante "manêro" (parafraseando os cariocas) o que me deixou feliz da vida. Foi um verdadeiro achado! Já fui a outros, mas esse, sem dúvida, ganha sempre no quesito "custo-benefício".

Bem, para algum navegador da web que tenha aportado por aqui, que também adore comida japonesa e que more no Rio, dou uma dica: restaurante Nik Sushi, em Ipanema. Lugar muito simpático, ambiente agradável, comida de primeira e bom atendimento. Até o molho shoyo parece ter algo especial! Os pratos são deliciosos. Eles trabalham com rodízio, buffet e à la carte. Água na boca? Aff... O restaurante funciona há quatro anos, mas só o conheci em 2008. Dá para se perceber que tudo é feito com muito cuidado, desde a seleção dos produtos, até seu preparo e apresentação.

Sugiro que não deixem de provar o salmão Ipanema (com molho teryiaki e farinha de amendoim) e o tartare de atum temperado, além dos tradicionais sushis, sashimis e temakis da casa. Vale lembrar que não sou assessora de imprensa do estabelecimento, muito menos uma expert em culinária, apesar de me arriscar no fogão ;) O post foi apenas uma dica para quem é viciado no trio peixe, arroz e algas como eu =)

Vá lá:
Nik Sushi: Rua Garcia D’Ávila, 83 - Ipanema

(Fotos: Site Nik Sushi. Montagem: Eu)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Sobre o amor


Gibran é para mim um dos maiores escritores, um poeta sensível, alguém que conseguiu enxergar o mundo além dos tons de cinza, chegando às matizes mais vivas, alcançando a compreensão da alma humana e entendendo o que existe por trás das máscaras que muitos insistem em usar. Como romântica que sou, escolhi um texto de "O Profeta" em que ele aborda o Amor, para que conheçam um pouco do seu trabalho. Lindas palavras!

O Amor


E alguém disse: fala-nos do Amor.

Quando o amor vos fizer sinal, segui-o; ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis. E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos; ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir.

E quando vos falar, acreditai nele; apesar de a sua voz poder quebrar os vossos sonhos como o vento norte ao sacudir os jardins. Porque assim como o vosso amor vos engrandece, também deve crucificar-vos. E assim como se eleva à vossa altura e acaricia os ramos mais frágeis que tremem ao sol, também penetrará até às raízes sacudindo o seu apego à terra.

Como braçadas de trigo vos leva. Malha-vos até ficardes nus. Passa-vos pelo crivo para vos livrar do joio. Mói-vos até à brancura. Amassa-vos até ficardes maleáveis. Então entrega-vos ao seu fogo para poderdes ser o pão sagrado no festim de Deus. Tudo isto vos fará o amor para poderdes conhecer os segredos do vosso coração e por este conhecimento vos tornardes o coração da Vida.

Mas, se no vosso medo buscais apenas a paz do amor, o prazer do amor, então mais vale cobrir a nudez e sair do campo do amor a caminho do mundo sem estações onde podereis rir, mas nunca todos os vossos risos, e chorar, mas nunca todas as vossas lágrimas. O amor só dá de si mesmo e só recebe de si mesmo. O amor não possui nem quer ser possuído. Porque o amor basta ao amor. E não penseis que podeis guiar o curso do amor; porque o amor, se vos escolher, marcará ele o vosso curso.

O amor não tem outro desejo senão consumar-se. Mas se amarem e tiverem desejos, deverão ser estes: fundir-se e ser um regato corrente a cantar a sua melodia à noite. Conhecer a dor da excessiva ternura. Ser ferido pela própria inteligência do amor e sangrar de bom grado e alegremente. Acordar de manhã com o coração cheio e agradecer outro dia de amor. Descansar ao meio dia e meditar no êxtase do amor. Voltar à casa ao crepúsculo e adormecer tendo no coração uma prece pelo bem amado e, na boca, um canto de louvor.

Khalil Gibran

domingo, 7 de setembro de 2008

Nordeste no Rio

Há poucos dias fui conhecer a Feira de São Cristovão, aqui, no Rio de Janeiro. De fato é um pedacinho carioca que lembra muito a terrinha. Logo que entrei, reconheci alguns elementos característicos: a música, o artesanato e as comidas típicas. Parecia que estava no interior! =)Engraçado que a cultura nordestina, com exceção da cultura da Bahia que é um pouco diferente das demais, é algo quase único e que une os povos da região.

Como foi bom comer carne de sol mais uma vez! E comer também macaxeira, apesar de só me venderem com o nome de Aipim... Mas, curiosa mesmo, estava para beber um refrigerante típico do Maranhão e que, surpreendentemente, vende naquele estado até mais que Coca-Cola! A Coca-Cola, aliás, comprou até a marca... Trata-se do famoso Guaraná Jesus!

De tanto falarem, deu vontade mesmo de beber... A cor rosa, característica da bebida, deve chamar a atenção das crianças. Dizem as lendas que as mães acreditam que o refrigerante é rico em nutrientes e dão para seus filhos pequenos... Folclore ou não, o fato é que o Guaraná Jesus é sucesso absoluto na terra do reggae. Eu, particularmente, não gostei... Parece refrigerante de chiclete =) Mas, gosto não se discute, não é mesmo?

A FEIRA
Um pedaço do Nordeste no Rio de Janeiro. Assim pode ser definido o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, onde funciona a tradicional Feira de São Cristóvão. São cerca de 700 barracas fixas que oferecem as várias modalidades da cultura nordestina: culinária típica, artesanato, trios e bandas de forró, dança, cantores e poetas populares, repente e literatura de cordel. Visitar a Feira de São Cristóvão é um programa que atrai cerca de 450 mil visitantes por mês, entre turistas e cariocas. A Feira funciona desde 2003 dentro do Pavilhão de São Cristóvão, marco da arquitetura moderna brasileira, reformado pela Prefeitura com o objetivo de preservar esse espaço tradicional da cultura nordestina na cidade. (Fonte: Riotur)