sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ninho Vazio




Após anos desempenhando o papel de pais, como é que um casal reage ao se deparar com o fato de que os filhos cresceram e não estão mais em casa? Será que o amor realmente sempre existiu ou a comodidade falou mais alto durante os anos de relacionamento? Como reinventar a vida a dois neste contexto? Esses questionamentos são o ponto de partida do filme “Ninho Vazio”, do diretor e roteirista argentino, Daniel Burman. Utilizando-se da síndrome que leva o mesmo nome, ele nos faz refletir sobre a crise num casamento em idade madura.

O casal Leonardo (Oscar Martínez) e Martha (Cecilia Roth) parece ainda não estar pronto para ficar sozinho. Os dois, ao se depararem com a casa vazia, uma vez que seus filhos não estão mais lá, passam por uma crise particular, na qual devem se adaptar à realidade num exercício de autoconhecimento e superação.



Diante do novo desafio, Martha parece se sair melhor. Começa a redescobrir a sensualidade e a vivenciar coisas que abandonou quando decidiu ser mãe. Ativa, matricula-se na faculdade de Ciências Sociais, faz novas amizades e cultiva as antigas, em meio a reuniões de estudo e festas. Leonardo, porém, enfrenta um caminho mais difícil, talvez, por ser um homem essencialmente racional. Apesar disso, ele acaba redescobrindo o desejo, o ciúme e o afeto. É quase como uma desconstrução de sentimentos para que haja a reconstrução de um casamento, com alicerces mais sólidos.



Ao contrário do que se possa pensar, não é necessário ter a mesma idade dos protagonistas para se sensibilizar com a trama conduzida por Burman e refletir sobre os rumos que podem tomar os relacionamentos. As mensagens são universais, os dramas podem ser reais e o filme é de encher os olhos.




Ninho Vazio
(El Nido Vacío, 2008)

» Direção: Daniel Burman
» Roteiro: Daniel Burman
» Gênero: Drama
» Origem: Argentina/Espanha/França/Itália
» Duração: 91 minutos


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Mar da vida



Os bons ventos de julho sopram norteando a proa... Novos rumos... Até a parada temporária. No novo porto, ótimas surpresas e desafios. Uma nova paisagem a ser contemplada até a próxima partida. É assim o mar da vida.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Fantasia é com Neil Gaiman



Bruxas, luta do bem contra o mal e mundos mágicos. Neil Gaiman parece transitar bem no terreno das fábulas. Foi assim em “Stardust” e se repete no seu mais recente trabalho levado aos cinemas: “Coraline e o Mundo Secreto” – a animação é baseada no livro homônimo do escritor britânico. O longa-metragem é para crianças, mas não tão crianças assim, devido ao visual lúgubre e tom um tanto adulto. Apesar disso, o filme traz embutidas várias lições: o risco da curiosidade excessiva e de falar com estranhos e a faceta de que o mal às vezes está bem camuflado e não conseguimos enxergá-lo.

Interessante é que ao longo do filme, podemos nos perguntar se não estamos assistindo a uma produção do Tim Burton, que ficou conhecido por obras de animação como “O Estranho Mundo de Jack” e “A Noiva Cadáver”. Por vezes, até me surpreendi procurando a voz familiar de Johnny Depp, entre os dubladores, e de Helena Bonhan Carter, mas eles não estavam lá (definitivamente, não era um filme de Tim Burton!).




Os trabalhos de animação de Gaiman e Burton têm em comum vários aspectos: alguns elementos em cena nos causam estranhamento, as reviravoltas se refletem em apreensão e até sentimos um certo “medinho” em alguns trechos dos filmes. Ambos dão um toque meio “gótico-excêntrico” a suas obras. Nesse caso específico, as semelhanças vão além e se explicam pelo fato do diretor de Coraline ser Henry Selick, o mesmo que dirigiu “O Estranho Mundo de Jack”.

O filme dirigido por Selick narra a estória de Coraline Jones, uma curiosa e aventureira menina de 11 anos, filha de dois paisagistas devotados ao trabalho que se muda com a família para um casarão antigo numa vizinhança estranha. Triste por achar que seus pais não lhe dão a atenção devida e entediada por estar longe de seus amigos, Coraline acaba tentando descobrir os mistérios do novo lugar onde mora.



Um dia, encontra atrás de uma parede da casa, uma porta secreta que a leva para um mágico universo alternativo, onde tem outra mãe e outro pai, numa versão muito melhor que no seu próprio mundo. A partir daí, nasce o conflito: seria melhor ficar no mundo alternativo onde seus sonhos se materializam ou voltar para a realidade que tanto desgosta? Algumas surpresas desagradáveis acabam apressando sua decisão e, a partir daí, ela acaba descobrindo o que é realmente importante.




Tecnicamente falando, “Coraline e o Mundo Secreto” foi muito bem feito. O colorido contraposto ao ar nebuloso e monocromático de algumas cenas dá uma pitada a mais de beleza e vida à estória de Gaiman. A animação foi feita em stop motion e todos os elementos foram criados à mão, desde os cenários até os personagens e objetos. Nesse tipo de animação, em que são utilizados modelos feitos de diversos materiais como a massa de modelar, os objetos são movimentados e fotografados quadro a quadro, sendo posteriormente montados em uma película cinematográfica, criando a impressão de movimento.



O esmero com os detalhes também esteve presente na trilha sonora. Para essa empreitada, foi convidado o compositor francês Bruno Coulais que chamou a banda americana They Might Be Giants para interpretar suas canções. O resultado é ótimo. Ao primeiro toque da música de abertura, os sons se fixam em nossa mente e horas depois de assistirmos ao filme ainda estamos cantarolando sua melodia.




Em se tratando de roteiro, ele foi bem construído. Seu ritmo é crescente, fazendo com que nos envolvamos com a personagem principal em todas as situações, seja na sua descoberta de um novo mundo ou quando descobre que seu sonho virou um pesadelo. Por meio dos olhos de Coraline, dentro do domínio onírico em que ela se encontra, seguimos juntos na sua aventura em busca do próprio autoconhecimento. No final da narrativa, Gaiman acaba nos lembrando de um outro escritor, Saint-Exupéry, que tem uma célebre frase: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.”



Coraline e o Mundo Secreto (Coraline, EUA, 2009)

Direção: Henry Selick

Gênero: Animação
Dublagem: Dakota Fanning, Teri Hatcher, Jennifer Saunders

Duração: 101 minutos

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Anima Mundi 2009



Dar vida a elementos estáticos. A definição é um tanto simplista para aqueles que são apaixonados por animação, mas mostra uma faceta desse tipo de arte que é profissão para muitos e seduz outros tantos.

Para os que gostam de animação, aí vai uma ótima notícia: nesta quinta-feira, começa a 17° Edição do Festival de Animações Anima Mundi, evento que acontece todos os anos, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Este ano, na capital fluminense, o Festival vai exibir
401 filmes de 40 países até o dia 19 de julho. As produções estarão em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil(CCBB), Casa França-Brasil, Cine Odeon Petrobras, Oi Futuro e Estação Botafogo.



A novidade é que, em 2009, a Cidade Maravilhosa receberá pela primeira vez o
Anima Fórum. Serão quatro mesas de debate com a participação de profissionais como Linda Simensky, responsável pela estruturação dos canais Cartoon Network e Nickelodeon.

Após temporada no Rio, o evento segue para São Paulo (22 a 26 de julho). Em todas as salas participantes do festival, o ingresso custa R$6 com meia-entrada à R$3, exceto no Centro Cultural dos Correios (Sessões futuro animador) e no CCBB/SP, onde a entrada é gratuita.


Veja a programação completa clicando aqui

sábado, 4 de julho de 2009

Meza Bar e seus famosos potinhos coloridos



Com a culinária inspirada nas tapas espanholas - tira-gostos que podem ser servidos frios ou quentes antes das refeições - o Meza Bar, em Humaitá, parece ter conseguido uma clientela cativa. Inaugurado no final de 2008, o local está cheio todos os dias de pessoas querendo provar da sua comida servida nos famosos potinhos coloridos.

Pude constatar o sucesso do lugar pelo número de pessoas que aguardavam uma mesa ainda na entrada do restaurante (seis grupos estavam na nossa frente na fila de espera). Depois de quase uma hora conseguimos entrar, quando fomos encaminhados para perto do lounge. Ficamos sentados em alguns banquinhos, tudo muito improvisado, mas o objetivo era só esperar que alguém saísse para ocuparmos uma mesa.



Enquanto aguardávamos, observava o interior do
Meza Bar. A decoração é “estilosa”, tem um ar moderninho com móveis de design arrojado em meio aos de estilo clássico (parece que virou moda no Rio!), é bem decorado, com destaque para os quadros coloridos de imagens da Baía de Guanabara em estilo pop art. A iluminação não é forte e a música também é moderninha. O restaurante funciona num casarão antigo, com um pé direito de sete metros e teve a fachada preservada para respeitar as características de sua época, o início do século XX. Antes dele, funcionou no mesmo lugar, o restaurante Madame Vidal.



Fabio Battistella, um dos sócios, é o chef e responsável pelo cardápio. Paulista, cursou o Cordon Bleu de Londres. Uns dizem que, lá, serve-se
comfort food, outros falam que a cozinha é contemporânea. Na verdade, considero uma mistura de tudo isso. O cardápio conta com releituras de petiscos e pratos tradicionais, que vêm em porções servidas em pequenos bowls (potinhos).

Como já estávamos dentro do restaurante, aproveitamos para provar os drinks da casa. Pedi o
"Not a Crime" (prosecco, saquê, licor limoncello e hortelã). Para quem não gosta de bebida forte, estava bom, mas o sabor não me impressionou, apesar do lugar ser conhecido pela qualidade de suas bebidas. Provei também o "Vanilla Chill" (Absolut Vanilla, água de coco e twist de limão). Achei que o sabor da água de coco predominou, o que não me agradou. Para acompanhar os drinks, pedimos "bolinho de bacalhau feito com laranja e gergelim". Os bolinhos estavam bem temperados e sequinhos, mas a receita em nada fugia do tradicional.



Algum tempo depois, acabamos sendo transferidos para um lugar igualmente improvisado, mas um pouco mais confortável. Pelo adiantado da hora, percebemos que não mais conseguiríamos uma mesa, então, decidimos provar a comida do Meza Bar. Ela é servida em três tipos de bowls: os verdes (saladas), os laranjas (carboidratos) e os vermelhos (proteína). Todos pediram uma opção do vermelho: "filé mignon na cerveja escura com arroz de castanha do caju e farofa." Para acompanhar, uma cestinha de torradas.

A minha expectativa, devido às boas críticas que o restaurante recebeu, era que se tratava de uma comida com sabor único, mas a verdade é que ela não tinha “o toque especial” que tantos já haviam falado. O filé estava com o molho salgado, por isso não pude apreciar de forma satisfatória seu sabor. O arroz estava bom, crocante por causa da castanha de caju, mas a farofa era simplesmente a farofa que todos nós conhecemos. E as torradas seguiam a mesma linha.

O comfort food, de fato, é uma releitura de receitas tradicionais, mas o que faz com que esse tipo de culinária seja destaque no mundo todo é justamente a combinação diferenciada dos ingredientes que cada chef cria para seus pratos. No fim, apesar do atendimento ter sido cordial, acabei deixando o
Meza Bar descontente. Afinal, a experiência não foi como imaginei.

Rua Capitão Salomão, 69, Humaitá, tel. 3239-1951. 18h/1h (qui. a sáb. até 3h).

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Bye, Maxi Bags


SPFW - Iodice

Toda mulher adora bolsa e, se for grande, melhor para poder colocar tudo que precisa, principalmente quando tem que passar o dia inteiro fora. A minha tem de tudo... Celular, gloss, protetor solar, mp3 player, sem falar nos inúmeros bloquinhos, canetas e papéis que levava sempre quando trabalhava como repórter.


Fashion Rio - Mara Mac

Ao que parece o reinado das maxi bags vai acabar mesmo. É o que mostraram os desfiles das principais marcas brasileiras nas últimas semanas de moda como o São Paulo Fashion Week. Lá fora, a tendência também é a mesma. Grifes de luxo como a Fendi, Dior e Prada já estão criando novos modelos, principalmente, de bolsas carteiras. Essas são super charmosas, mas ainda acho que não são tão práticas como as Maxi para se usar durante o dia... Enfim... Cada estação tem sua moda. Será que essa vai pegar?